domingo, 3 de abril de 2011

ALINE: A VOZ DA IMPRENSA


“Ouvir uma cantora como Aline nos faz pensar nas ironias que regem o sucesso na música popular.  Com os amplos recursos vocais que possui, sua arte mereceria ser divulgada e deveria ter vários discos editados, mas, por um desses fenômenos peculiares do mundo musical, ainda é pouco conhecida.  Tecnicamente bem dotada – domínio completo da voz e do vibrato, timbre pessoal, precisão de ataque e sustentação das notas, alcance admirável, dicção clara e afinada – sua personalidade emerge naturalmente, transformando cada número em uma aventura melódica.  Não há dúvida de que Aline é uma das nossas melhores cantoras”.
José Domingos Rafaelli, Jornal do Brasil, 28/11/1982

 “As damas mais famosas que se curvem.  As gravadoras que se envergonhem de sua estupidez e de sua incompetência.  Os programadores de rádio e TV que se penitenciem por sua insensibilidade – ou ignorância.  Os companheiros da crítica que percam seu sagrado tempo e se decidam a escutá-la.  Acontece que a melhor cantora deste país, depois de Elis Regina, a santa baixinha,  acaba de lançar, discretamente, que pena, o seu segundo LP.  A melhor cantora deste país se chama Aline Mendonça Luz.  A melhor cantora deste país é mineira de Montes Claros, carrega a teimosia clássica dos capricornianos, ostenta um maravilhoso registro de meio-soprano”.
Silvio Lancellotti, Folha de São Paulo, 12/12/1982

“O disco de estréia da cantora Aline é um dos mais consistentes deste pacote de produções independentes.  Aline revela-se uma cantora de timbre e fraseado incomuns, com uma abordagem arrojada das músicas.  A respeito da validade do disco alternativo, no seu caso o resultado é mais que afirmativo”.
Tárik de Souza, Jornal do Brasil, 28/11/1979

“Por enquanto a grande surpresa da nova década.  Sem nenhum apoio comercial, a suave e miúda Aline Mendonça Luz, mineira de Montes Claros, 33 anos, conseguiu reunir ao seu redor um batalhão de astros da MPB.  Como, por exemplo, João Bosco, Aldir Blanc e Toninho Horta.  E, ainda assim, debaixo de tanto brilho, fulgura ela própria, uma cantora sensacional, de voz belíssima, registro grave, timbre intenso, capaz de uma interpretação insuperável, quem diria, de O Cavaleiro e os Moinhos, um sucesso que já foi de Elis Regina.  Praticamente inédita (em 1973 gravou um compacto simples para a RCA que nem foi distribuído às lojas), Aline carrega em sua bagagem um curioso recorde: foi a única nota máxima que o crítico/pianista José Fernandes, falecido no ano passado, deu em seus tempos de jurado no Programa Silvio Santos.  Mais: José Fernandes, empolgado, chegou a escrever uma crônica sobre Aline, intitulada A Sarah Bernhardt da Canção.  De fato, Aline não é uma simples diletante da música.  Estudou canto no Conservatório Lorenzo Fernandez, em Minas.  Depois aperfeiçoou seu estilo com Eládio Perez Gonzalez, um dos melhores professores do país.  A idéia do disco independente surgiu em 1978, quando Aline viajou com o Projeto Pixinguinha por todo o Nordeste e entendeu que, fora do circuito oficial das empresas do disco, “estaria sendo coerente com a realidade social brasileira”.  Desquitada, dois filhos, sua aparente fragilidade encobre uma garra incomum, emocionante.  Como é comovedor todo este LP, que os programadores de rádio não tocam por ridícula estupidez”.
Silvio Lancellotti, Isto É, 05/03/1980

“Porto Alegre recebe esta semana aquela que, mesmo que rádios e gravadoras finjam desconhecer, é uma das melhores cantoras do País: a mineira Aline.  Ela se apresenta hoje e domingo às 23h, no Porto de Elis, com um show no mínimo corajoso: voz e nada mais”.
Juarez Fonseca, Zero Hora, 05/11/1987

“ALINE: MARES DE MINAS.  Já ouviu falar?  Mas era preciso.  Terceiro LP da carreira da cantora mineira, com a presença valiosa de Toninho Horta, guitarra e violão.  É disco de uma das grandes cantoras do Brasil.  Cotação: excelente”.
Eduardo Martins, O Estado de São Paulo, 08/11/1988

 “EXTRA!  EXTRA!  Vem pelaí o primeiro LP de Aline, cantora de primeira, com vários shows elogiadíssimos.  Podem perguntar ao Ziraldo, ao Antônio Chrisóstomo, ao Roberto Moura e ao Mário Henrique Simonsen, o novo crítico musical da praça.  O disco, mais uma corajosa produção independente, é uma pedrada no olho vesgo das gravadoras multinacionais.  É isso aí, Aline!  Pau (epa!) nelas!”
Aldir Blanc, Última Hora Revista, 24/08/1979

“O disco de estréia da cantora Aline conta, por exemplo, com Toninho Horta na guitarra, João Bosco no violão e Rubinho na bateria, e ainda exibe o nome de Aldir Blanc assinando um texto de contracapa que vale por um manifesto dos independentes”.
José Ramos Tinhorão, Jornal do Brasil, 30/08/1980

“São coisas nossas: a maravilhosa, divina, sensacional e incrível cantora Aline”.
Ziraldo, Pasquim, 1979

“As montanhas de Minas Gerais podem estar sendo dilapidadas pela exploração mineral, mas, com toda certeza, ainda abrigam uma das maiores reservas musicais do país.  Aline está lançando mais um disco independente: o bonito Mares de Minas onde, em companhia de João Guimarães Rosa, Toninho Horta, Beto Lopes, Helvius Vilela e Bernard Aygadoux, explora veios musicais auxiliada por uma voz tão rica em suas nuances como a terra que ela canta.  Um disco no qual é preciso se embrenhar como nos romances de Guimarães Rosa”.
Diana Aragão, O Globo, 03/11/1988

“Mas quem já viu ou ouviu Aline não esquece sua presença e interpretação personalíssima.  Seu terceiro disco chama-se Mares de Minas e nele, Aline cava um poço profundo em direção de suas próprias fontes.  Ela tem o sentimento do mundo de que falava outro mineiro, Carlos Drummond de Andrade.  Em seu último disco e ainda nas fitas gravadas ao vivo, salta uma cantora que chegou ao momento culminante de sua ousadia criadora, às próprias custas.  É uma lição de dignidade num país em que o besteirol é questão de honra nacional.  Aline canta cortando e contra a fibra como diria João Cabral.  Suas referências são poéticas, naturais, e fazem ressaltar todo o mistério e a herança barroca de Minas.  Ao lado de Toninho Horta, sua voz ganha asas de anjo”.
Celso Araújo, Correio Brasiliense, 03/10/1988

“O LP chama-se Aline e vale a pena ser ouvido por sua interpretação peculiar em músicas ótimas, além de uma primorosa versão de O Cavaleiro e os Moinhos”.
Wladimir Soares, Jornal da Tarde, 09/05/1980

“Não se trata de uma estreante inexperiente, uma vez que desde 72 ou 73 aguarda sua oportunidade em disco, mas raras cantoras, mesmo entre as mais consagradas, teriam sabido , como esta mineira de Montes Claros, extrair todo o conteúdo dramático de um repertório escolhido com perfeição”.
Eduardo Martins, O Estado de São Paulo, 08/06/1980

“No fim de tudo, eu torço para que ninguém ainda escreva que você é uma nova cantora, iniciante.  Aqui, em Belo Horizonte, muitos sabem quanto você já canta e como guerreou para chegar ao que chegou agora”.
Carlos Felipe, Estado de Minas, 08/11/1980

“Aline é uma cantora com raros predicados vocais, com uma potente emissão e senso incomum de interpretação”.
Eduardo Martins, O Estado de São Paulo, 17/12/1982

3 comentários:

  1. Fiquei muito contente com a homenagem a Aline Mendonça,minha conterrânea .
    Tive o prazer de ouví-la muitas vezes, ainda no inicio da carreira.
    Conheço toda a sua família.
    Luz e paz para voce.
    ]Dilemar Neto

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  2. Olá,
    Acabei de indicar o seu blog ao MEM. Para conferir as regras, fineza acessar o meu blog http://umolhar espiritual.blogspot.com e pegar o seu mimo.
    Luz e paz.
    Dilemar Neto

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  3. Ouvi umas gravações da cantora Aline Mendonça num programa da rádio Unimontes em sua homenagem. Eu não tive a oportunidade de conhecer seu trabalho anteriormente. Fiquei fascinado com a qualidade vocal e a interpretação magnífica. Vou buscar adquirir seus discos.

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